Ferramenta pneumática com problemas? Saiba quando a culpa é da água
Veja as causas e consequências da presença de água na linha de ar e saiba como evitar o problema
Um compressor utiliza o ar do meio ambiente, que possui micropartículas de água, para produzir ar comprimido. Quando essa água passa pela tubulação e entra no interior de uma ferramenta pneumática, pode causar vários transtornos. Vamos entender as consequências desse fenômeno e como evitá-lo.
Afinal, como a água vai parar na ferramenta pneumática?
Dependendo das características do compressor, o processo de compressão aumenta a temperatura do ar comprimido que, até chegar na ferramenta pneumática, passa por uma tubulação de metal, com temperatura mais baixa. O choque térmico faz com que a água em estado gasoso presente no ar comprimido seja condensada.
Em uma jornada de trabalho de 8 horas, um compressor com capacidade de 200 l/s, que produza ar comprimido com 20°C e umidade relativa de 80%, irá produzir também 80 litros de água condensada.
A umidade relativa do ar ideal varia entre 50% e 80%. Nessa perspectiva, em algumas regiões e épocas do ano, marcadas por secas e estiagens, o volume de água produzida no processo de compressão pode até ser reduzido, mas nunca será totalmente eliminado.
Se essa água não é devidamente contida e vai parar no interior da ferramenta pneumática, acaba comprometendo seu funcionamento e vida útil.
Na prática, quais as consequências da presença de água na ferramenta?
Como todo o interior da ferramenta pneumática é feito de metal, a presença de água vai acelerar processos de corrosão, causando desgaste prematuro.
Essa corrosão apresenta dois defeitos colaterais graves:
- Com o aumento do atrito e espaçamento indevido entre as peças internas pode haver escape de ar e consequente perda da pressão interna, reduzindo a potência da ferramenta pneumática.
- As palhetas do rotor também podem ser comprometidas pela corrosão, perdendo potência até parar ou quebrar, travando permanentemente o funcionamento do rotor.
Como saber se o mau desempenho da ferramenta é por causa da presença de água?
No post “Ferramenta pneumática: 7 problemas por falta de lubrificação”, fizemos um alerta sobre as consequências da falta de óleo na linha, e elas são bastante parecidas com os danos por presença de água. Mas existem alguns indícios de que a água pode ser a causa principal:
1. “Copinho” do sistema FRL está cheio de água
Quando isso acontece, significa que o elemento filtrante já está saturado e a água já está passando para dentro da ferramenta pneumática. Estabeleça uma rotina de verificação para evitar danos maiores.
Veja também: Por que as ferramentas pneumáticas precisam de um sistema FRL?
2. Está saindo água pelos escapes de ar da ferramenta
Se chegar nesse ponto, é porque a presença de água já está bem crítica. Fique atento aos sinais externos de umidade.
3. Aquecimento do conjunto
Mesmo em funcionamento, uma ferramenta pneumática tende a ser bem fria. Caso o operador sinta algum aumento de temperatura anormal, pode ser pela presença de água, pois ela esquenta com facilidade.
FIQUE SEMPRE ATENTO AOS SINAIS! Os sinais de corrosão por água são bastante evidentes. Nesse caso, se a ferramenta parar, os laudos de garantia serão indeferidos por conta da utilização incorreta.
Como evitar a passagem da água para o interior da ferramenta?
Utilize sempre um sistema de ar comprimido adequado com os devidos acessórios que eliminam o problema: filtros coalescentes, secadores de ar e separadores de água e óleo. Caso a linha de ar seja muito longa, pode ser necessário instalar filtros em vários pontos.
E ATENÇÃO: O filtro FRL não é suficiente para evitar a passagem de água para dentro da ferramenta. Pelo contrário: ele será danificado se o sistema de ar comprimido não tiver os acessórios corretos.